ATA
DA QUINTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 27-04-2015.
Aos
vinte e sete dias do mês de abril do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às vinte horas e cinquenta e nove minutos, foi realizada a chamada,
respondida por Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli,
Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal.
Constatada a existência de quórum deliberativo, o Presidente declarou abertos
os trabalhos e foi iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, durante a Sessão,
compareceram Alberto Kopittke, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Jussara Cony e
Marcelo Sgarbossa. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14 (Processo nº 2665/14), após ser discutido por
Jussara Cony, Dr. Thiago, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon, João Carlos Nedel,
Marcelo Sgarbossa, Idenir Cecchim e Alberto Kopittke. Durante a discussão do
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14, Mauro Pinheiro cedeu seu
tempo de discussão para Sofia Cavedon. Na ocasião, foi aprovado Requerimento de
autoria de Engº Comassetto, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº
02-A aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 010/14, por dois votos SIM, vinte e cinco votos NÃO e sete
ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Dr. Thiago, Fernanda Melchionna
e Engº Comassetto, em votação nominal solicitada por Kevin Krieger e Nereu
D’Avila, tendo votado Sim Dr. Thiago e Jussara Cony, votado Não Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger,
Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes
Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni,
Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e optado pela Abstenção
Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon. Na oportunidade, foi
constatada a existência de quórum deliberativo, em verificação solicitada por
Sofia Cavedon. Após, foram votados conjuntamente e aprovados Requerimento de
autoria de Dr. Thiago, solicitando a retirada do pedido de votação em destaque
das Emendas nos 04, 05, 06,
07, 09, 10, 12, 13, 14, 16, 17, 18 e 20 apostas ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 010/14, e Requerimento verbal formulado por Dr. Thiago,
solicitando alteração na ordem de apreciação de proposições apostas ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 010/14. Foram votadas destacada e
conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 08 e 11, após
serem encaminhadas à votação por Dr. Thiago, Prof. Alex Fraga e Reginaldo
Pujol. Foi votada destacadamente e aprovada a Mensagem Retificativa nº 02
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14, por vinte e seis
votos SIM e oito votos NÃO, após ser encaminhada à votação por Sofia Cavedon,
em votação nominal solicitada por Kevin Krieger, tendo votado Sim Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger,
Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes
Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol,
Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e votado
Não Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony,
Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Subemenda nº 04 à Mensagem Retificativa nº 02
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14, por três votos
SIM, vinte e seis votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada
por Kevin Krieger, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Engº Comassetto e Jussara
Cony, votado Não Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli,
Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro
Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor
Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal e optado pela Abstenção Fernanda Melchionna, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon. Foi aprovada a
Subemenda nº 02 à Mensagem Retificativa nº 02 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14, por vinte e seis votos SIM, três votos NÃO
e cinco ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada por Kevin Krieger, tendo
votado Sim Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio
Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme
Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin
Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo
Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo
Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal,
votado Não Fernanda Melchionna, Jussara Cony e Prof. Alex Fraga e optado pela
Abstenção Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro
e Sofia Cavedon. Foi aprovada a Subemenda nº 03 à Mensagem Retificativa nº 02
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14, por vinte e seis
votos SIM, um voto NÃO e sete ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada por
Kevin Krieger, tendo votado Sim Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio,
Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor
Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal, votado Não Jussara Cony e optado pela Abstenção Alberto
Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Marcelo Sgarbossa, Mauro
Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon. Foi aprovada a Emenda nº 22 aposta
ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14, por vinte e seis votos
SIM, três votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada por Kevin
Krieger, tendo votado Sim Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio,
Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor
Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal, votado Não Fernanda Melchionna, Jussara Cony e Prof. Alex
Fraga e optado pela Abstenção Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon. Foi aprovado o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/14, por vinte e seis votos SIM e oito votos
NÃO, após ser encaminhado à votação por Marcelo Sgarbossa, Bernardino
Vendruscolo, Jussara Cony, Idenir Cecchim, Alberto Kopittke, Kevin Krieger,
Clàudio Janta, Airto Ferronato e Fernanda Melchionna, em votação nominal
solicitada por Mauro Pinheiro, tendo votado Sim Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Dinho do Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni,
Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e votado Não Alberto
Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon. Durante a Sessão,
Reginaldo Pujol e Kevin Krieger manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às
vinte e três horas e dezoito minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos por Mauro
Pinheiro e secretariados por Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 20h59min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2665/14 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/14,
que dispõe sobre alterações na estrutura da Secretaria Municipal da Fazenda;
cria o Tesouro Municipal, a Superintendência da Tecnologia da Informação e a
Receita Municipal e define a estrutura básica e as funções institucionais
destes; altera a estrutura da Controladoria-Geral do Município; dispõe sobre a
carreira e a remuneração do Auditor-Fiscal da Receita Municipal; cria e
extingue cargos em comissão e funções gratificadas no Quadro dos Cargos em
Comissão e Funções Gratificadas, constante da letra “c” do Anexo I da Lei nº
6.309, de 28 de dezembro de 1988; altera o art. 4º, o art. 39 e o art. 50,
exclui a classe de Agente Fiscal da Receita Municipal do grupo ES – Grupo
Executivo e Assessoramento Superior – e inclui a Classe Auditor-Fiscal da
Receita Municipal do grupo AT – Grupo Auditoria Tributária –, ambos no Quadro
de Cargos de Provimento Efetivo da Administração Centralizada, do Anexo I,
altera a denominação dos cargos de Técnico em Contabilidade e Contador para
Técnico de Controle Interno e Auditor de Controle Interno, respectivamente,
todos da Lei nº 6.309, de 1988; altera o § 4º do art. 4º, o inc. XI do art. 5º,
o art. 6º, o caput do art. 7º, o art.
9º, o caput do art. 10, o caput do art. 11, o art. 14, o inc. I do
parágrafo único do art. 17, o caput do
art. 18, o caput do art. 19, inclui §
4º no art. 20 da Lei Complementar nº 534, de 28 de dezembro de 2005; revoga os
incs. IV e V do art. 5º, o art. 12, o art. 13 e os incs. I e II do art. 19,
todos da Lei Complementar nº 625, de 3 de julho de 2009; revoga o inc. XXXVIII
do art. 1º da Lei nº 11.404, de 27 de dezembro de 2012; e dá outras
providências. Com Mensagem Retificativa nº 02. Com Emendas nos
01, 02, 02-A e 03 a 20.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu
D’Avila: pela inexistência
de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Mensagem
Retificativa, e pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
das Emendas nºs 01 a 20.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 27-04-15 por força do art. 81 da LOM;
- retirada a Mensagem
Retificativa nº 01.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLCE nº 010/14. (Pausa.) A Ver.ª Jussara Cony está com a
palavra para discutir o PLCE nº 010/14.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, servidores, não foi
possível tratar de algumas questões em momentos anteriores, pelo tom do debate.
Acho que temos que olhar bem a síntese deste projeto. Ele altera a estrutura da
Secretaria, cria novas estruturas, diz que é para modernizar os serviços – nós
sabemos muito bem o que significam determinadas modernizações -, cria novas
funções e gratificações, afirmando que é para aumentar a fiscalização e a
arrecadação da Fazenda.
Senhores, este
projeto é complexo e ineficiente, e a vida vai dizer, do ponto de vista da
organização administrativa pública. Os problemas são sérios e antagonizam com a
concepção no nosso entendimento do serviço público com isonomia, com respeito
aos servidores como um todo, rompendo um acordo sem encaminhar esse todo que,
para mim, passa por plano de cargos de carreiras e salários. A estrutura da
Fazenda do Município é composta de muitos servidores que não são, inclusive, da
Fazenda, mas cedidos da Administração para cumprir funções na Secretaria da
Fazenda. Esse projeto não enfrenta esse problema. É uma reestruturação – entre
aspas - que não vai resolver questões importantes da gestão da Secretaria. O
projeto não foi discutido com os servidores da Fazenda, foi criado por um grupo
seleto. Isso gerou insegurança no corpo funcional da Fazenda e pode não identificar
os problemas do dia a dia que são necessários serem identificados num processo
da ação de uma Secretaria da Fazenda. A criação de uma série de CCs e de FGs
sem justificativa real da necessidade e nem tampouco do reflexo econômico e
orçamentário dessa ação; criação de inúmeros CCs sem a previsão de concurso
público, identifica claramente que o Executivo não está pensando em uma
reestruturação de Estado como ente público, mas apenas uma mudança que auxilia
na real a distribuição de cargos para facilitar a governabilidade do Senhor
Prefeito. Criação de uma meritocracia aos auditores fiscais e exatores da
Fazenda. Nós não temos nada contra esses servidores, mas a meritocracia estará
sendo criada, com a qual não concordamos porque ela é seletiva. Todos os servidores
são essenciais e estratégicos, e essa meritocracia cria problemas. O processo
fazendário não é realizado apenas por um funcionário, mas por múltiplas ações
de vários atores. A Prefeitura permitir apenas aos auditores e exatores
perceberem essa gratificação cria um abismo, sim, mas não só do ponto de vista
econômico entre os servidores, mas também da divisão dos servidores num mesmo
espaço de trabalho. Eu quero perguntar ao Senhor Prefeito se nós vamos ter,
como os administrativos, os fiscais e demais atores relegados desse processo?
Onde está a isonomia para uma tarefa importante para o Município, com vários
atores participando? O projeto diz respeito à isonomia, não fortalece a
estrutura fazendária, mas, sim, a estrutura do Governo – isso não é política de
Estado, de Município, de Poder Público! O Governo não cumpriu o acordo, nem com
os servidores, e atropelou esta Câmara Municipal, patrolou. Eu entendo o papel
da Liderança do Governo, só que, antes de tudo, essa liderança também é um
Vereador eleito. Nós tínhamos na ideia e no processo, na discussão com os
servidores, inclusive com a Câmara, um projeto mais amplo, baseado em
investimentos tecnológicos, com possibilidade de avanços, com possibilidade de
acúmulo de arrecadação, fortalecendo os servidores de concurso público,
discutido com todos. Este projeto gera uma eficiência para a gestão do
Município. O PCdoB, do qual sou da direção, sou Líder da bancada, é contra este
projeto, por tudo que já foi discutido por nós e por outros Vereadores e também
em função desta síntese que vim fazer neste momento. Este é o momento de um
maior olhar, de maior responsabilidade de cada Vereadora e de cada Vereador,
quando do encaminhamento de votação. Lamento muito que o Prefeito e a
Prefeitura, mais uma vez, tenham descumprido um acordo em que estava envolvida
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
requeiro que, durante o desdobramento desta nossa Sessão Extraordinária, de
meia em meia hora, seja sempre verificado o quórum para verificar se o mesmo
permanece.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/14.
O SR. DR. THIAGO: Caros colegas
Vereadores, caros colegas do serviço público municipal que ainda se encontram
aqui nas galerias, às 21h10min. Este projeto chegou à Câmara de Vereadores no
dia 18 de novembro do ano passado. Nós trabalhamos muito - o meu gabinete -,
com todas as categorias, procurando atingir um consenso. Ainda hoje, de todas
as formas – agradeço aqui a boa vontade do Ver. Kevin Krieger –, tentamos
construir esse consenso, ainda estamos tentando, obstinados, atingir esse
objetivo.
Sou obrigado a falar
algumas coisas aqui, Ver.ª Sofia: realmente, o momento que mais me entristeceu
nesta Casa foi o da perda da bimestralidade, não tem como não dizer isso. Foi a
perda da bimestralidade! (Palmas.) Quando se fala em terceirização, lembramos
do Programa Mais Médicos! E, quando se fala em escravidão no serviço público, a
gente vê essas pessoas do estrangeiro que vêm para cá e são escravizadas. Eu
acho que realmente o pior que foi colocado aqui foi a divisão das categorias.
(Manifestação nas
galerias.)
O SR. DR. THIAGO: Vocês não! Eu busquei
o consenso. Eu, junto com todas as categorias aqui, tentei construir as emendas
que estão ali e que estão destacadas, as 16 emendas. Eu vejo isso como um
grande problema - a divisão das categorias fazendárias. E quero dizer, Ver.
Kevin Krieger – que vai ter um trabalho hercúleo –, que, quando o problema se
instala no Paço Municipal e não consegue ser resolvido lá, ele é transportado
para a Câmara de Vereadores. Isso é injusto, é incorreto e não deve ser feito.
Quem perde com isso, dividindo as carreiras, é o serviço público municipal; quem
perde com isso é a Prefeitura; quem perde com isso são os Vereadores; quem
perde com isso são os servidores; quem perde com isso, Ver. Janta, é a cidade
de Porto Alegre. (Palmas.) Então, eu quero dizer, alto e bom som, e continuo
insistindo nisto: acho que tem que se ter uma forma de avanço para todos. Nós
precisamos avançar para todos, precisamos disso, senão a arrecadação vai ter
dificuldade. Vocês sabem disso. Os fazendários mais experientes que estão aí
sabem que não podem trabalhar sem as demais categorias, vão ter dificuldade!
Acho que nós, em alguns momentos aqui, Vereadores de todas as matizes, tentamos
contribuir para essa divisão que não deve existir. Nós devemos caminhar todos
juntos para o bem da Cidade. O problema não pode ocorrer no Paço e ser transferido
para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Isso não é de hoje que vem
ocorrendo, e eu acho que os gerentes desses processos, os secretários têm a
obrigação de mitigar essas dificuldades, têm a obrigação de ter sensibilidade,
de olhar e ter a empatia de poder olhar com o olhar do servidor. E isso,
efetivamente, não está acontecendo. Foram muitas discussões, foram muitas
negociações; infelizmente, Secretário
Adjunto da Fazenda, isso realmente não aconteceu, não se conseguiu avançar com
relação às outras categorias. Isso vai vir a prejuízo do serviço público, isso
vai vir a prejuízo da cidade de Porto Alegre. (Palmas.) O seu compromisso, Ver.
Kevin Krieger, está na cabeça de cada um dos servidores aqui. E tenho certeza
de que, como uma pessoa honrada, mesmo perdendo a votação – nós vamos perder a
votação –, V. Exa. vai ter a visão de cidade para construir uma carreira
fazendária que realmente possa dar à cidade o que ela precisa, que são os
recursos públicos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof.
Alex Fraga está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/14.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Ficam muito claras as
intenções da Bancada governista: querem votar a qualquer custo este Projeto e
têm apoio de uma pequena parcela de servidores.
Eu gostaria de fazer
um chamamento a todos vocês que estão a favor deste Projeto de Lei, para
amanhã, às 9h, se unirem a todas as outras vozes de servidores municipais. É a
voz de vocês também exigindo cumprimento de direitos, exigindo reajuste
salarial acima da inflação, conquistas reais e reposição de perdas ocasionadas
pela inflação nos últimos tempos. Eu gostaria muito de ver vocês amanhã. Vocês
são também municipários; portanto, sofrem como todos os demais os ataques dessa
gestão.
Eu gostaria também de
fazer um comunicado, a pedido dos representantes sindicais que se encontram até
esta hora aqui: eles vão deixar as tribunas, por não compactuarem com o que
aconteceu hoje, o dia inteiro, aqui. Em manifestação de protesto, com relação à
vergonha da falta de diálogo com o Governo, eles vão deixar o plenário. Porém,
conversando com os colegas da oposição – Ver.ª Jussara Cony, Ver.ª Fernanda
Melchionna, Ver.ª Sofia, Ver. Marcelo Sgarbossa – decidimos que nós, Vereadores
de oposição, vamos nos manter aqui nesta Casa. Nós não daremos a vocês o
privilégio de ver este Projeto aprovado por unanimidade. Nós não daremos a
vocês, nós não daremos ao Executivo o gostinho de alardear na imprensa que
houve um patrolamento, que houve uma votação unânime desta Casa. Aqui, sim,
existe gente com vergonha na cara. Falo em meu nome – Ver. Prof. Alex Fraga -,
em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna, do meu partido PSOL, em nome da Ver.ª
Sofia Cavedon, do Partido dos Trabalhadores, em nome do Ver. Marcelo Sgarbossa,
do PT, em nome da Ver.ª Jussara Cony que, como Líder do PCdoB, manteve essa
posição, sustentou a nossa permanência até o final. Muito obrigado,
companheiros, Vereadores de oposição, por se manterem até este momento firmes.
Não vamos nos curvar. Usaremos até o último minuto, até a última fala para
externar a posição da categoria. Estamos contra! Somos favoráveis à valorização
de todos os servidores, não de apenas um seleto grupo. Ou é para todos ou não
tem para ninguém. Uma boa noite! Amanhã, às 9h, em frente à Prefeitura, vamos
começar a mobilização, colegas servidores municipais.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 02-A ao PLCE nº 010/14. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Muito obrigada,
Presidente Mauro. O Ver. Alberto Kopittke estava aqui quando se inscreveu, no
início da discussão do projeto. Eu preciso aqui responder algumas questões.
Primeiro, manifesto meu carinho aos bravos municipários que estão lutando pelo
conjunto da categoria. Segundo, quero dizer que, para mim, falar de
bimestralidade é elogiar o meu Governo. Quando nenhuma categoria neste País
teve uma política salarial como a nossa, nós tivemos por quase dez anos:
recomposição salarial bimestral. Isso nos orgulha muito. E, se em 2003, o
Prefeito João Verle precisou rever a política, foi porque tinha chegado no
limite, porque estava fechando a década neoliberal do FHC, quando os Municípios
sofreram com um País que não crescia. É verdade, Mario Manfro, um País com
problemas fiscais gravíssimos e com um PIB muito baixo. A Prefeitura de Porto
Alegre não ficou isolada, foi preciso redimensionar, só que o Prefeito Fogaça
ganhou a eleição, prometendo a bimestralidade. E, a partir do seu primeiro ano,
todo ano, a categoria municipária teve que lutar para recuperar a inflação.
Isso ninguém vai apagar da memória.
No ano passado, a
proposta era parcelar a inflação, e os municipários fizeram greve para
conseguir a recuperação da inflação. Greve! E o Prefeito queria terminar a
greve e descontar os dias parados! Essa é a mudança de tratamento dos governos
das administrações populares para os governos pós-administrações populares,
Governos Fogaça e Fortunati. O conjunto da categoria não vê reajuste de salário
digno, e há apenas tratamento diferenciado para dividir a categoria.
Eu me orgulho também,
Ver. Dr. Thiago, de, no ano de 2003 e 2004, nós criarmos o Previmpa. Fomos
muito criticados pelos municipários, que, na época, não entenderam e que hoje
se orgulham do seu instituto de previdência.
(Manifestações
no plenário.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Talvez por vocês dois não, mas eu me lembro muito dos municipários aqui
jogando moeda em cima de mim, moeda como municipária, porque nós estávamos
votando o Previmpa, o qual hoje nos garante aposentadoria integral. Então eu me
orgulho de um patrimônio muito bonito que a categoria municipária tem das
administrações populares. E acho, Ver. Dr. Thiago, que V. Exa. tem que vir aqui
reconhecer que o Programa Mais Médicos está avaliado positivamente pelo
conjunto da população brasileira e que, neste ano, 90% das vagas do Mais
Médicos foram ocupadas por brasileiros, que o boicote que o Simers e a
organização médica fizeram no ano passado se esboroou, porque é um excelente
salário para quem recém se formou, em um excelente espaço de trabalho.
Isso não é
terceirização, porque, se os governos conseguirem fazer concurso e nomear os
médicos, o Mais Médicos não vem. O Mais Médicos está aí só porque o Prefeito de
Porto Alegre não conseguiu, via concurso, médicos para os postos de saúde. E em
Porto Alegre tem 120 médicos atuando pelo Mais Médicos.
Já falei desta
tribuna do Provab: menino ou menina que se forma médico sem a residência, tem a
possibilidade, neste Brasil, de ir direto para um posto de saúde, receber um
salário de R$ 10 mil reais, e ganhar pontos na seleção para fazer a residência.
Então, não são políticas de terceirização. Nós somos contrários à terceirização
desmesurada que esse Congresso Nacional conservador, que age para retirar
direitos dos trabalhadores, votou nessa semana. No dia 1º de maio, sexta-feira,
nós faremos um ato em protesto à terceirização.
E fecho o debate
dizendo ao conjunto dos colegas que essa política segmentada não é uma política
que dá certo. Nós precisamos de todos na Prefeitura; nós precisamos do conjunto
da categoria municipária, com diálogo, se sentindo respeitada, com uma matriz
salarial horizontal, com todos cuidando das finanças, todos cuidando do gasto
público. Esse é o sentido das nossas intervenções nesta tribuna.
Queremos o
compromisso de o Governo retirar o projeto de lei do efeito cascata desta Casa,
porque esse projeto retira ganhos da nossa categoria na carreira. O Governo não
gasta nenhum centavo a mais e ainda poupa dinheiro em cima da categoria, que é
atingida pelo efeito cascata, uma injustiça com a nossa categoria. Uma
injustiça! Pelo mesmo Ministério Público, que recebe R$ 4,5 mil de auxílio
moradia, ser questionada a repercussão, no nosso tempo de trabalho, das
gratificações não, melhor, da carreira, dos incentivos que nós conquistamos com
os anos de trabalho. Isso é uma injustiça, e a Prefeitura Municipal não deveria
aproveitar essa infelicidade para poupar dinheiro em cima do conjunto do
funcionalismo.
Concluo, Presidente,
pedindo ao Governo que retire o projeto do efeito cascata e assuma o projeto
que a categoria elaborou, que resulta em nenhum centavo a mais para a
Prefeitura Municipal, nem a menos para os municipários. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLCE nº
010/14.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu até agora não tinha falado, vou falar muito rápido, porque fiquei até
envergonhado em ouvir a Ver.ª Sofia. Olha, tristemente, V. Exa. não falou a
verdade, esqueceu as verdades. O então Prefeito Verle logrou os funcionários,
não pagando a bimestralidade; tirou, saqueou os funcionários públicos,
Vereadora. O Prefeito João Verle saqueou os funcionários públicos. Vocês sabem,
os mais antigos sabem bem. O então Prefeito Tarso Genro logrou novamente os
funcionários públicos, não pagando o dissídio de 11%; pagou apenas 3,2%. Logrou
os funcionários públicos!
Eu só queria dizer isso.
Vamos falar a verdade. Eu e o Professor Garcia somos um dos Vereadores mais
antigos aqui, vivemos isso aqui. Falei agora com o Ver. João Dib, que me
confirmou detalhe por detalhe. Senhores funcionários, quem logrou vocês foi o
Partido dos Trabalhadores – que fique isso muito claro.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/14.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Eu, desde o início, Ver. Nedel, já quero lhe pedir para retirar essas
expressões que o senhor utilizou: logrou, saqueou... O senhor, que se coloca
sempre como homem educado, não precisa utilizar esses tipos de adjetivos, senão
nós vamos ter que falar de toda sua bancada,
Deputados Federais envolvidos na Lava Jato. Não é um, são todos, todos!
Na fala do Ver.
Ferronato, começamos a ouvir argumentos sobre a defesa do projeto. Foi a
primeira fala de alguém do Governo que veio aqui para dizer, infelizmente
genericamente demais, que o projeto é bom. Disse que é bom, porque é similar a
projetos do Estado ou em nível federal. Por aí deveriam começar a fazer um
dialogo racional sobre o tema.
Estamos aqui,
Vereadores de oposição, pelo menos - falo em meu nome -, de uma certa forma
constrangidos e não contrários a uma ideia de reestruturação, de melhor
eficiência na fiscalização, uma melhor remuneração para todos os servidores.
Então não há uma contrariedade. Alguns Vereadores sobem aqui e querem
politizar, no sentido negativo da expressão, falar em questões de corrupção.
Vamos debater corrupção. Ver. Cecchim, o seu ex-Secretário, do seu partido,
saiu preso da SMAM! O senhor fica falando de Brasília, e seu ex-Secretário saiu
preso! Seu Governador vai de helicóptero na sua feijoada! O senhor não vota no
projeto da nossa autoria, muito básico, que diz que empresas que doarem para
campanhas eleitorais ficam proibidas de contratarem com o Município. E o
senhor, paladino da justiça, está aqui no plenário às 10 horas da noite, no dia
22 de dezembro, e, simplesmente não vota! Não é que se abstenha; não vota! Acho
que podemos fazer uma boa discussão, melhorar o projeto. Eu trago dois temas,
por exemplo. Já há um questionamento de fundo na questão da vinculação do
aumento da arrecadação, refletindo na remuneração dos servidores. Isso já seria
um bom e justo debate. Se em outras áreas não há também uma necessidade de
vinculação com o atingir metas, é um debate que, concordando ou discordando,
poderia avançar dentro das carreiras de Estado do nosso Município. É um debate
riquíssimo que pode ser feito. Nós optamos, ao invés de fazer algo que constrói
para o Município, como um todo, em inventar uma espécie de grenalização.
Quanto ao outro tema,
o art. 32 do projeto fala sobre a questão da pontuação, e, de um ano para o
outro, essa pontuação reduz. Por que motivos reduz? Para ficar mais fácil de
atingir as metas e, por isso, continuar tendo as mesmas... Estou fazendo aqui
perguntas sinceras, não há nenhum tom irônico ou algo assim. Estou colocando
que o projeto, como diz o Ver. Ferronato, é bom em alguns temas; mas, talvez,
não seja tão bom em outros. Estou aqui de forma sincera, ainda que seja difícil
no Parlamento, para dizer que gostaria de uma discussão sobre que nós,
obviamente, não conhecemos. Eu diria, aqui, embora não possa falar por todos os
Vereadores, que é um projeto de grande complexidade: mesmo tendo sido
procurados por vários de vocês, por vários servidores da mesma ou de outras
categorias, é difícil de entender realmente o impacto, por que a pontuação, por
que a questão do tempo, enfim, uma serie de complexidades, mas nós,
intuitivamente, já percebemos que há, sim, uma diferenciação, que está
prevista, inclusive, constitucionalmente. Podemos pensar que é interessante que
haja uma diferenciação para os servidores da Fazenda em relação aos outros
servidores, e essa discussão está na Constituição, foi colocado lá e ponto
final – não que não se possa discutir, mas eu quero dizer que, se há uma
previsão constitucional, vamos respeitá-la. Infelizmente, podemos aqui seguir a
Sessão, e o faremos. O projeto pode ser aprovado. As votações aqui no painel já
mostraram que o Governo está fechado e assim vai permanecer, quer aprovar hoje,
mas, infelizmente, saímos daqui com categoria rachada. Como o Ver. Alberto aqui
colocou, vocês vão estar trabalhando ao lado do colega que foi vencido, e isso
é a pior coisa que tem, porque não se constrói junto. Eu, sinceramente, acho
que qualquer um de vocês que saia daqui com uma vitória, infelizmente, estará
ao lado de um colega que se sente derrotado. Esperamos conseguir, daqui para
frente, ter um clima, no trabalho, melhor, mas, infelizmente, algo que poderia
ser positivo sai daqui como algo que pode ser negativo para muitas pessoas,
servidores, colegas de vocês. É um lamento que a gente faz aqui. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/14.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu vou atender à voz do povo e das pessoas de bem que querem que se
vote de uma vez. Eu não vou falar aqui para o Ver. Sgarbossa que o Secretário
preso, como ele falou, foi junto com o Secretário do PCdoB, que era Secretário
do Tarso na época. Mas, vamos à votação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Alberto Kopittke está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/14.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: A Ver.ª Mônica tem
razão, estamos todos cansados. E, efetivamente, era desnecessário tudo o que
estamos passando aqui hoje. Era só o Governo ter tido a capacidade de negociar,
e nós não estaríamos aqui. Era só isso. O Ver. Dr. Thiago muito bem disse sobre
a incapacidade do Executivo Municipal em resolver os problemas, os conflitos da
Cidade, através do diálogo. Era só isso. Os senhores hoje estão tendo a
oportunidade de acompanhar o debate aqui. Os convido, venham aqui segundas e
quartas e verão essa cena repetir dia após dia. Quando são setores
desfavorecidos da sociedade, o Governo Municipal fecha a porta. É sempre assim,
podem vir. É um desafio aqui para ver se estamos faltando com a verdade. E, realmente,
isso é desgastante, porque o Governo cava os seus próprios erros, sozinho.
E, Ver. Nedel, cada
vez que o meu partido for desrespeitado, nós subiremos aqui, porque de lograr,
o PP realmente tem entendido muito. E faz tempo que eu não lhe vejo subir à
tribuna para falar de corrupção, porque, realmente o Estado sabe, tem uma
pessoa, um político que tem gabaritado os escândalos de corrupção: o Sr. José
Otávio Germano, que roubou o Detran, que está em todos processos da Lava Jato.
E eu não sei se a indignação ética de alguns é seletiva. Tinha gente torcendo,
naquela noite da lista, parecia que estavam torcendo pelo Gre-Nal, e, depois
daquela noite, nunca mais se falou nada, nenhuma palavra a respeito de
corrupção. Então, somente para exigir o mínimo respeito aqui, nossos partidos
são instituições democráticas; pessoas cometem crimes e devem ser
responsabilizadas; os nossos partidos, todos, merecem respeito. Eu sei que o PP
dirigiu o País, por 20 anos, durante uma ditadura, mas agora nós estamos em uma
democracia; na democracia, os partidos são instituições que devem ser
respeitadas por todos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação a
Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 010/14. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago está com
a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº
010/14.
O SR. DR. THIAGO: Eu quero dizer que
não vou usar este tempo como tempo procrastinatório, como uma forma de
postergar o tempo. Mas eu vou utilizar este tempo para ficar registrado nas
notas taquigráficas desta Casa a construção que se fez a partir dessas emendas.
E, hoje, com muito carinho, antes da votação, eu recebi a visita da Eunice e do
Dione. Lembrei de toda a construção coletiva que foi feita no ano de 2013, a
aproximação, Ver. Bernardino, que nós tentamos com o Executivo no intuito de
não dividir a categoria e de poder construir parte daquilo que está se
construindo agora, mas que precisa incluir todos os servidores, porque, senão,
vai se tornar uma guerra trabalhar da Fazenda! E é esse o receio que a gente
tem! Portanto, a Emenda nº 03 fala exatamente o seguinte: (Lê.): “Altera o Art.
30 do Projeto de Lei Complementar em epígrafe, para fazer constar no quadro de
cargos de provimento efetivo do Anexo I da Lei nº 6.309/88 as carreiras de
Analista Fazendário Municipal (Especialidades: Administração, Arquitetura,
Economia, Engenharia Cartográfica e Engenharia Civil).” Ou seja, ele não mexe
nos direitos e nas conquistas dos outros servidores Fazendários, mas tenta incluir
aqueles que estão fora, para exatamente impedir que haja essa partilha, essa
divisão que está ocorrendo na Fazenda. Eu lastimo profundamente, Ver. Clàudio
Janta, que nós não tenhamos tido condição de avançar em nenhuma dessas emendas,
que nós não tenhamos tido condições de compor com as categorias! Eu tenho pouca
experiência nessa área, mas o tempo que eu já tenho me mostra que isso, ao
longo desse tempo, vai vir em demérito do conjunto dos Fazendários! Essa é a
minha grande preocupação! E espero, Ver. Kevin Krieger, que esta emenda, que
esta ideia possa ser contemplada na construção conjunta que V. Exa. vai fazer a
partir de amanhã. Espero, sem dúvida nenhuma, sem problema de autoria, este
Vereador não tem nenhum problema de autoria, este Vereador tem desejo de que as
condições possam ser justas para todos. Primeiro, para todos dentro das suas
Secretarias; depois, para todos dentro do Governo. Eu acho que, sem dúvida
nenhuma, dessa forma, nós podemos construir uma Fazenda que arrecade mais para
a Cidade e possa dar condições para que o Município faça os seus investimentos.
Então, eu vou vir aqui a cada emenda, discutir para que fique gravada nas notas
taquigráficas, infelizmente, eu vou fazer isso para que realmente possamos
construir alguma coisa mais do que foi colocado nesse projeto, que não
contempla minimamente a categoria. Muito obrigado pela compreensão.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº
03, destacada, ao PLCE nº 010/14.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Nós fizemos
uma opção política, Ver. Dr. Thiago, de
não fazer emendas a este projeto. E nós não temos problema com diferença, nem
costumamos fazer política da democracia do aplauso. Nós discutimos, muito
embora os municipários contrários tenham ido - embora ainda tenhamos
municipários da fazenda aqui -, o que acho correto porque têm que se preparar
para a mobilização de amanhã, porque existe uma maioria construída que reverteu
todo um acordo feito anteriormente com a categoria. Eu já disse para vários dos
fiscais que nós não tínhamos nenhum problema de discutir o projeto da Fazenda,
depois que viesse uma solução de conjunto para todos os trabalhadores
municipais, porque nós não aceitamos uma saída que não seja isonômica.
Mas, voltando ao
assunto, como nós somos contra o método, tivemos uma opção política de não
fazer emendas ao projeto da Fazenda, Ver. Dr. Thiago. Mas eu quero dizer que as
suas emendas vieram no sentido de incluir outros setores da Fazenda que não
foram incluídos na proposta do Governo. Então, feito esse registro, outras duas
questões apresentadas, como a questão Ficha Limpa, que nos parece fundamental
ser incluída, terão discussão da nossa Bancada – que tem contrariedade,
obviamente – a votação do projeto como o Governo vem encaminhando. Eu espero,
Ver. Kevin Krieger, que o Governo também se manifeste sobre o conjunto das
emendas apresentadas. Todas elas foram destacadas, todas elas tramitaram na
Comissão. A CCJ derrubou, e o Vereador teve que contestar para trazê-las a
plenário. Foi uma posição antidemocrática do Governo a de discutir uma por uma.
Por que não incluir
os servidores de Nível Médio? Por que não incluir os trabalhadores de Ensino
Fundamental? Se for uma reestruturação da Fazenda, por que apenas para um setor
da Fazenda? Por que o impacto é tão grande? Olhando o quadro apresentado pelo
próprio governo, num ano chega a R$ 4,3 milhões, no ano de 2015; no ano
seguinte, a R$ 10 milhões; em 2017, chega a R$ 17 milhões. São R$ 32 milhões, e
o argumento é a melhoria na arrecadação. O Governo pretende melhorar a
arrecadação de que maneira? Porque nós sabemos que o SIAT foi uma das formas de
piorar a arrecadação no Município de Porto Alegre. Nós sabemos que esse sistema,
foi feito e sustado pelo Tribunal de Contas do Estado, não permite copiar e
colar os padrões de um apartamento num mesmo prédio para todos os outros
apartamentos; pressupõe a inclusão individual de apartamentos que são iguais,
um sistema que atrasou. Teve condomínios que por dois anos não entraram no
sistema, em função das falhas na Receita.
Então, na verdade, a
Prefeitura tem colocado gasolina no incêndio. Nós estamos diante da data-base
do conjunto dos municipários, e a votação, de maneira antidemocrática, sem
sequer uma audiência pública, sem tramitar em todas as Comissões, rompendo um
acordo originário com uma série de entidades, entre elas, o Simpa e a Assimfaz,
vai colocar gasolina no incêndio numa data-base que começa sem previsão de um
projeto para resolver o efeito cascata e sem previsão de aumento que, no
mínimo, garanta a inflação e mais a reposição das perdas da categoria.
Então, quando o
governo, na verdade, critica os municipários quando fazem a sua mobilização
legítima, nós lembraremos de quem começou o caminho de ruptura de diálogo e de
saídas parciais e não coletivas para uma categoria que é única, de mais de 20
mil trabalhadores, e, se incluirmos os inativos, 27 mil. Vocês sabem que o
efeito cascata pode, sim, pegar os inativos logo ali adiante, quando se
aplicarem as decorrências do efeito cascata para o conjunto da categoria. Isso
é inadmissível, inaceitável.
Mas eu vim a esta
tribuna pedir que o governo se pronuncie sobre o teor dessas 18 emendas que
estão destacadas para serem discutidas na noite de hoje.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03,
destacada, ao PLCE nº 010/14.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras; prezados fazendários, inquietos pela votação.
Não se preocupem, porque votaremos hoje; mas precisamos dialogar aqui, sempre.
Eu apresentei quatro emendas, por uma discussão há quatro anos nesta Casa, que
tive com as seguintes categorias: técnicos da engenharia, arquitetura,
geologia, agronomia, entre outros. Nesse sentido, cumprimento o nosso
ex-Vereador desta Casa, Adroaldo Correa, diretor das relações sindicais da
Astec, entidade da qual todos os senhores fazem parte. Apresentei essas
emendas, englobando esses direitos, estendendo-os aos engenheiros químicos,
engenheiros de operações, engenheiros florestais, cartógrafos, engenheiros
agrônomos, arquitetos e geólogos. Mas fiz um requerimento - que já foi aprovado
- retirando essas emendas, porque tínhamos acordado que só votaríamos este
projeto após resolvermos o problema do efeito cascata. Como esse acordo foi
rompido, vindo para a Ordem do Dia para votação, seria uma incoerência da minha
parte mantê-las. Cumprimento os engenheiros e arquitetos que entenderam isso,
inclusive, autorizaram-me a retirar essas emendas, porque este é um trabalho em
conjunto, assim como o que foi feito pelos fazendários. Essas emendas virão
para uma discussão futura – as emendas 2A e 21, e a Subemenda 01 à Mensagem
Retificativa 02. Então, quero registrar e dizer ao Líder do Governo, Kevin
Krieger, que a retirada - e espero uma sinalização da Liderança do Governo - é
para continuarmos o diálogo que já estava com todos os técnicos científicos
para buscar um entendimento das reivindicações que estão fazendo sob o ponto de
vista do reconhecimento de suas categorias dentro dos quadros da Prefeitura.
Estas emendas que estão sendo apresentadas, creio que são em torno de 20
emendas, todas destacadas. Falo agora porque nem pretendo falar quando chegar
lá no item que as retirou, inclusive votamos antes, Ver. Pujol, sem grandes
discussões, o requerimento que precisava da análise da tribuna. E mantive uma
emenda, substituindo todas essas, numa discussão com os próprios técnicos da
engenharia, arquitetura, geologia, agronomia e outros, e com a categoria
sindical, uma emenda muito simples, para fazer o debate e construir aqui, sim,
o compromisso, porque sabemos que será derrotada. Que os benefícios dessa
gratificação prevista aqui no art. 32 da lei sejam estendidos a todos os
servidores municipais, lotados nas áreas que desempenharem atividades de
fiscalização, lançamento de tributos e de arrecadação da administração e
controle de receitas municipais. Quero registrar isso, porque queremos discutir
quando chegar no ponto dessa emenda, que é uma emenda que substituiu todas as
outras porque é a proposta mais próxima de socializar os benefícios perante o
acordo que tínhamos estabelecido. Concluo a minha fala na justificativa do motivo
da retirada das emendas. Espero, obviamente, a palavra da Liderança do Governo
no sentido não só de restabelecer o diálogo como também de avançar na
elaboração dessas demais categorias, que já tinham acordos formulados e que,
neste momento, ficaram em prejuízo, no nosso ponto de vista. Muito obrigado, um
grande abraço.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, nós
tínhamos estabelecido que de meia em meia hora faríamos verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Por isso que a
Vereadora solicitou.
O SR. REGINALDO PUJOL: Não transcorreu a
meia hora até agora. Estão se antecipando? Tudo bem.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum,
solicitada pela Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) (Após o fechamento do painel
eletrônico.) Há quórum.
Em votação nominal,
solicitada pelos Vereadores Kevin Krieger e Nereu D’Avila, a Emenda nº 03,
destacada, ao PLCE nº 010/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 02 votos SIM, 25 votos NÃO e 07 ABSTENÇÕES.
O SR. DR. THIAGO (Requerimento): Presidente,
acolhendo a solicitação do público que nos acompanha e de alguns Vereadores,
solicito a retirada do destaque das Emendas nº 04, nº 05, nº 06, nº 07, nº 09,
nº 10, nº 12, nº 13, nº 14, nº 16, nº 17, nº 18 e nº 20. Solicito também que as
emendas sejam votadas em dois blocos: um composto pelas Emendas nº 08
e nº 11, destacadas; outro bloco composto pelas demais emendas, já sem o
destaque.
O SR. KEVIN KRIEGER: Sr. Presidente, o
Governo dá acordo.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Dr. Thiago. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(Palmas.)
Em votação o bloco
composto pelas Emendas nº 08 e nº 11, destacadas, ao PLCE nº 010/14. (Pausa.) O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para encaminhar a votação do bloco
composto pelas Emendas nº 08 e nº 11, destacadas, ao PLCE nº 010/14.
O SR. DR. THIAGO: Obrigado, Presidente.
Ver. Kevin Krieger, dentro deste processo de construção, vou deixar as outras
emendas para consideração. Acho muito importante que, a partir delas – não que
tenham que ser elas efetivamente –, possamos construir um consenso dentro da
Fazenda. Isso vai ser importante para a Fazenda, isso vai ser importante para o
Município de Porto Alegre.
Com relação às
Emendas nº 08 e nº 11, é óbvio que elas deveriam ser extensivas, Ver. Bosco, a
toda Prefeitura, mas, como o projeto é fazendário, colocou-se aqui - Emenda nº
08 – (Lê.): “Inclui o art. 64 do Projeto de Lei Complementar em epígrafe [...].
É vedado o provimento, a investidura e o exercício em cargo em comissão ou em
função de confiança, previstos nos art. 7º, 9º, 15 e 25 [...], aos brasileiros
que estejam em situação de inelegibilidade, ressalvadas as incompatibilidades
específicas de cargos políticos eletivos, a condição de inalistável e a de
militar”. O que quer dizer isso? Isso é a Lei da Ficha Limpa. Exige-se ficha
limpa nas funções de chefia e nos cargos em comissão fazendárias. E, pela
Emenda nº 11, é vedada a designação, prevista no caput deste artigo, ao servidor que estiver respondendo, indiciado
ou condenado por crime típico de servidor público ou contra a administração. Ou
seja, a finalidade é exigir dos ocupantes de cargo comissionado, de novo, em
função gratificada, a vida pregressa dele, em função de toda probidade, de toda
dificuldade, de toda a responsabilidade que têm os nossos cargos fazendários.
Então, essas duas emendas apelam para a questão da moralidade pública, algo que
nós julgamos muito importante. (Palmas.)
Para finalizar, quero
deixar bem claro o nosso posicionamento, que é no sentido de construir um
consenso. Eu só quero lembrar, eu não quero cobrar de ninguém nada: quando a
associação dos funcionários secundários e a associação dos fiscais não tinham o
respaldo e o retorno dos órgãos superiores, esta Casa sempre deu guarida, voz e
vez às associações, e assim deve continuar fazendo. Muito obrigado. Boa noite a
todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof.
Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a votação do bloco composto pelas
Emendas nº 08 e nº 11, destacadas, ao PLCE nº 010/14.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa noite a todos. Eu
subi à tribuna para comentar algumas das emendas que o Ver. Dr. Thiago trouxe
agora e que serão votadas em bloco. Também quero fazer um pequeno comentário a
respeito da emenda que acabou de ser rejeitada por este Plenário. Analisei, com
muita tristeza, a manifestação de alguns municipários que aplaudiram a
derrubada da emenda do Ver. Dr. Thiago. Em algumas das minhas falas, eu me
manifestei contrariamente a beneficiamento de um pequeno segmento da categoria.
E o que se percebeu foi que parte das pessoas que estão à esquerda das tribunas
se manifestou favoravelmente a não incorporação de outras pessoas nos
benefícios que este projeto de lei traz para elas. Ou seja, vocês estão
contentes com o fato de que os próprios umbiguinhos estarão cobertos, mas
aplaudiram a derrubada da Emenda do Dr. Thiago que estendia o benefício para
outros servidores. Se isso acontecesse comigo, eu não conseguiria olhar nos
olhos da minha mãe, da minha esposa, dos meus filhos; não conseguiria. Por que
eu não conseguiria olhar nos olhos deles? Justamente, porque o meu egoísmo me
deixaria cego. Entristece-me muito a manifestação favorável, acredito que não
foram todos, dos que aplaudiram a derrubada da Emenda nº 03. A concessão do
benefício que pode ser justo, como defenderam alguns Vereadores nesta tribuna,
a concessão do benefício, tudo bem. Pelo visto, tudo está se encaminhando para
vocês receberem; agora, aplaudir pela perda de direitos de colegas de vocês,
isso é uma vergonha. Isso é uma vergonha! Eu espero que algumas de V. Exas., ao
deitarem a cabeça hoje à noite no travesseiro, reflitam: vocês aplaudiram a
perda de direitos de colegas. Perda de direitos! E agora vocês vêm com este
papinho de que não estão interessados no próprio umbigo, que vocês estão
interessados, sim, apenas, na valorização do seu trabalho. A valorização do
trabalho, sim, é justificável; agora, tripudiar sobre outras categorias que não
serão favorecidas, isso é inadmissível, é uma vergonha, uma vergonha! E eu, pelo
menos, desço desta tribuna com a mente e a consciência tranquilas, porque
alguns de vocês, enquanto eu falo, baixam a cabeça ou desviam os olhos, e, para
mim, é, porque, realmente, o que eu acabei de falar fez algum sentido. Mo; boa
noite. Votemos o bloco de emendas.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do bloco composto
pelas Emendas nº 08 e nº 11, destacadas, ao PLCE nº 010/14.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, estou na Casa, aqui, no plenário, desde as
14h. Sobre essa matéria, eu já ouvi cerca de 50 pronunciamentos e não me
manifestei em nenhum deles. Venho agora, em primeiro plano, cumprimentar o Ver.
Dr. Thiago, que, inteligentemente, facilita a nossa votação, ressalvando duas
de suas emendas e admitindo a votação em bloco das demais. Isso, Vereador,
demonstra que V. Exa. é uma pessoa com espírito público. Evidentemente eu acho
que não pode ficar em brancas nuvens, sem que seja registrado nos Anais da
Casa; parece que aquelas pessoas que calaram até o presente momento vieram aqui
como vaquinha de presépio votar em coisas que não entendem. Essa foi a
colocação que parece que surge a todo momento.
Quero lembrar o seguinte:
essa matéria não é nova para nós. Desde o início de dezembro do ano que passou,
nós estamos discutindo esse assunto. Eu, por exemplo, tinha, com relação ao
projeto originário, nos termos que ele era colocado, algumas restrições. Fui
acolhido nas minhas propostas com a Mensagem Retificativa que nós vamos votar,
dentro em breve, e, evidentemente, Ver. Nereu, satisfeito na quase totalidade
das minhas posições, eu não tinha por que estar discutindo esta matéria.
Então agora, Ver. Dr.
Thiago, quero lhe dizer tranquilamente que não é pelo seu pronunciamento, eu já
havia escrito aqui que essas duas Emendas de V. Exa., a nº 08 e a nº 11, são
dignas de ser aprovadas. Eu não sou daqueles que discursam e depois se abstêm
de votar, não; eu vou votar com V. Exa., sim. Vou votar as Emendas nº 08 e a nº
11, como depois vou votar contrário às demais porque acho que as outras não se
ajustam ao contexto integral do projeto. Então, não há mistério, vamos votar
agora e já, com tranquilidade, com segurança, com firmeza e, acima de tudo, com
toda a transparência! (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o
bloco das Emendas nº 08 e nº 11, destacadas, ao PLCE nº 010/14. (Pausa) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Mensagem
Retificativa nº 02, destacada, ao PLCE nº 010/14. (Pausa.) A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Mensagem Retificativa
nº 02, destacada, ao PLCE nº 010/14.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, será a minha última fala desta noite, inclusive,
por definição, porque, para nós, o importante não são as emendas, mas, sim, o
debate que fizemos.
Quero deixar muito
claro que o Governo Municipal, na verdade, fez um ajuste como muitos projetos
que vêm para cá, depois vem o conserto e o reconserto. Esta já é a Mensagem
Retificativa nº 02, nós estamos discutindo já por sete ou oito horas e não tem
uma explicação clara de qual é a alteração que vai acontecer.
Nós temos um
documento da Assimfaz, da Secretaria da Fazenda, dos outros funcionários, que
demonstra que a pontuação, em oito meses, já vai ser incorporada. Portanto, uma
parte do estímulo à maior produtividade incorpora em oito meses; depois,
incorpora outro tanto em tantos meses, e está vinculada a um montante de
arrecadação que não tem a ver com o trabalho.
Mas, na verdade, uma
primeira explicação que tive dos colegas funcionários foi de que farão um
esforço manual para aumentar a arrecadação da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre. Eu quero de novo, aqui, falar para a população de Porto Alegre que nós
achamos que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre erra muito na sua gestão.
Erra muito!
Errou com o SIAT, não
tem apostado na transparência, tem apostado na terceirização em setores
estratégicos, e isso é ruim para o conjunto dos municipários, isso é ruim para
a cidade de Porto Alegre.
Nós não estamos
convencidos. Não é apenas um debate em que há o detrimento do conjunto dos
municipários em relação ao grupo, não tem o convencimento nem dos municipários,
nem desses Vereadores de que está se achando a fórmula mágica para
resolver o problema da Receita e da Prefeitura.
Eu quero aqui reafirmar que
nós entendemos que a Prefeitura gasta mal. A Prefeitura ampliou de forma
exacerbada o número de CCs nos Governos Fogaça e Fortunati - é um gasto muito
importante com cargos comissionados. A Prefeitura ampliou valores salariais de
todos os Secretários Adjuntos, com a possibilidade de sobreposição de salários
– quem traz salário do Estado recebe mais um tanto. Nós temos uma
verticalização na matriz salarial, que nós não apoiamos, achamos que ela não é
boa para o conjunto do funcionalismo, para a saúde financeira, para a harmonia
e para a luta dos trabalhadores. A Prefeitura ampliou o setor meio, acomodou
partidos políticos, tem hoje, na sua base – vê-se pelo tamanho da oposição –,
um enorme número de partidos acomodados em Secretarias, não tem uma
responsabilidade coletiva; nós temos perdas. Está o Sr. Villela, ex-Prefeito,
na capa do Correio do Povo, dizendo que há uma prioridade para os grandes
projetos e um abandono dos pequenos projetos. E há um abandono, sim, Ver.
Villela, do trabalho continuado, do trabalho de educação, por exemplo, na área
do DMLU, da educação ambiental. O DMLU foi absolutamente terceirizado pela
gestão Fogaça, e nós tivemos, na cidade de Porto Alegre, um retrocesso na
educação para a redução do lixo, para a reciclagem do lixo, para a destinação
correta do lixo. Nós tivemos uma multiplicação de focos de lixo na cidade de
Porto Alegre. Isso acontece porque houve uma escolha de terceirização e não de
investimento no funcionalismo, nas equipes de funcionário público que faziam a
mediação correta da educação ambiental na periferia da Cidade.
Então, as nossas escolhas
são escolhas de uma visão de Estado, que podem ter limites, que não são a
melhor construção ainda. Acho que devemos muito à construção democrática com
funcionários municipais no País. Em Porto Alegre, a gente avançou muito com o
Orçamento Participativo, não avançou na eleição das chefias como temos, por
exemplo, na educação. Mas a visão do Estado, que é a visão que eu dizia que vem
dos anos 1990, de um Estado mínimo que privilegia algumas carreiras em
detrimento das demais, é uma visão neoliberal de um Estado mínimo, em que
algumas carreiras são importantes, as que defendem o Estado, as que arrecadam
para o Estado, e c’est fini, as
carreiras de políticas públicas nas pontas - essas podem ser terceirizadas, dá para contratar terceirizados. Essa não
é uma boa visão para quem quer um Estado mediador e garantidor de direitos.
Então o nosso voto será contrário, justificando-se em cima dessas concepções.
Quero agradecer e me
desculpar com os funcionários se houve algum excesso, mas quero dizer que a nossa
crítica é política e que o sentido estratégico é da construção de uma cidade
boa para todos e de uma saúde financeira importante para a nossa Cidade.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, a Mensagem Retificativa nº 02 ao
PLCE nº 010/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 26 votos SIM e 08 votos NÃO.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, a Subemenda nº 04 à Mensagem Retificativa
nº 02 ao PLCE nº 010/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 03 votos SIM, 26 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Kevin Krieger e pelo Ver. Clàudio Janta, a Subemenda nº 02
à Mensagem Retificativa nº 02 ao PLCE nº 010/14. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADA por 26 votos SIM,
03 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, a Subemenda nº 03 à Mensagem Retificativa
nº 02 ao PLCE nº 010/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 26 votos SIM, 01 voto NÃO e 07 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, a Emenda nº 22 ao PLCE nº 010/14. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADA por
26 votos SIM, 03 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.
Em votação o PLCE nº
010/14. (Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a
votação do PLCE nº 010/14.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: A vaia é
democrática, então é bem-vinda num contexto democrático. Eu quero, aqui, apenas
salientar que a Ver.ª Sofia Cavedon fez uma menção ao documento entregue numa
das reuniões com os líderes aqui, de autoria da Assimfaz. Nesse documento há
algumas questões bem objetivas. É isso que eu me refiro, quando, na minha
última fala, coloquei o quanto poderíamos ter avançado.
Vejam, nessa análise
do documento da Assimfaz, é colocado que no art. 32, § 5º, que vincula a
arrecadação, inclusive sobre tributos inscritos em dívida pública, ou seja,
tributos que não foram arrecadados: o que não se arrecada também conta na
pontuação. Eu estou colocando as questões colocadas no mérito do projeto. Uma
posição que foi colocada aqui de forma escrita, estou me reportando a isso, que
é importante que fique registrado. Coloca a questão da pontuação. Artigo 32 §,
7º: caso a pontuação seja excedida, o salário poderá ser majorado em até 12%.
Coloca a questão no artigo 36: caso o servidor vá trabalhar em outro órgão,
continua contando os pontos, e uma série de outras questões. É disso que se
fala quando a falta do diálogo criará esse racha, esse clima de disputa que
continuará, infelizmente, perdurando com a aprovação do projeto. É disso que
estamos falando. Então faço o registro, a Assimfaz, os servidores que estavam
aqui se retiraram, mas a contribuição que este Parlamento poderia ter dado e a
base do Governo em abrir um espaço em um outro diálogo era escutar a
contradição. Comecei a falar de temas que a Assimfaz colocou, e várias pessoas
da galeria disseram que não, que não era bem assim. Então vamos sentar e nos
entendermos. É uma questão de verdade, não é uma questão de opinião. É uma
questão de verdade se tem ou não no projeto. A falta de diálogo foi tanta que,
provavelmente, terminaremos apoiando um projeto em que questões objetivas
ficarão no limbo e serão usadas pelos que foram derrotados contra os que,
teoricamente, venceram a disputa. Era isto que eu gostaria de lamentar e
mostrar o quanto a falta de diálogo não contribui para um crescimento e não
esta grenalização que vivemos nesta segunda-feira. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/14.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero cumprimentar todos os
servidores na pessoa do Jackson, que tem sido incansável nesta Casa e dizer que
nós esperamos, ainda neste ano, ter condições de resolver o vencimento do IPTU.
Quero cumprimentar o Secretário Tonetto, que tem sido inovador. Senhoras e
senhores, eu não sou da oposição nem sou da situação, sou das boas causas, me
desculpem os demais, mas preciso me pronunciar nesse sentido: quero
cumprimentá-los, porque acho que a Secretaria dá um salto de qualidade, de
inovação, e parabéns por enfrentarem as questões que tratam das licitações, concentrando
esse trabalho com os senhores. Parabéns!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/14.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna procurando não me tornar
repetitiva, mas com a responsabilidade de quem é líder e direção de um partido,
o Partido Comunista do Brasil, cumprimentando todos os servidores que aqui
permanecem e os que se retiraram, que têm uma luta histórica. Eu quero
lamentar, neste encaminhamento, primeiro, o descumprimento do acordo por conta
do Sr. Prefeito Municipal; segundo, a falta de diálogo não só com os servidores
como um todo, mas com esta Câmara Municipal; quero lamentar a não votação do
efeito cascata para todos os servidores municipais; quero lamentar a não
concessão de benefícios de maneira igualitária a todos os servidores; quero
lamentar o tratamento diferenciado dado às carreiras do Município, o que leva a
não isonomia. Isso não é bom nem para os servidores, porque abre precedentes
cada vez maiores, nem para a cidade de Porto Alegre; quero lamentar essa lei
que vai ser aprovada que antagoniza com a concepção de serviço público. Às
vezes, a gente se torna repetitiva, mas os senhores estão ouvindo uma servidora
pública de carreira, de concurso público, com 32 anos de serviço na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Aliás, tenho o maior orgulho de ter
sido funcionária e depois aluna desta Universidade e de ter prestado, na
carreira que fiz, na área administrativa, a contribuição que todos os
servidores prestam quando assumem o significado do serviço público, o
significado de políticas de Estado para o próprio desenvolvimento do seu País.
Quero lamentar não ser uma reestruturação sob a ótica de projeto de Estado, e,
sim, sob a ótica da distribuição de cargos para facilitar a governabilidade do
Prefeito. O Município é um, hoje é um Prefeito, amanhã é outro, o Município é
algo que pertence aos munícipes e que também pertence a todos os servidores
públicos. Quero lamentar exatamente essa reestruturação de uma forma bem
sintética, que não vai ao encontro do que precisamos no Município de Porto
Alegre para que efetivamente se exerçam, se materializem na vida das pessoas as
políticas públicas. Quero lamentar, finalmente, um fosso e uma divisão que está
sendo criada entre os próprios servidores de uma Secretaria e com os demais
servidores de uma forma mais geral. Quero dizer aos senhores, às senhoras e aos
meus colegas que votarei aqui, sou uma mulher de partido, de muitos anos de
partido, tenho o maior orgulho de pertencer ao Partido Comunista do Brasil. E
exatamente por pertencer a esse partido é que não podemos e não vamos dar o
nosso “sim” a esse projeto. E faço isso como direção do partido e sob a
orientação do meu partido, do Partido Comunista do Brasil, do qual sou parte;
não a este projeto. Não compactuamos com o tratamento diferenciado e nem com o
descaso aos servidores como um todo do Município de Porto Alegre. Finalizo
dizendo que esta é uma Casa democrática, da qual tenho orgulho de pertencer,
porque nesta Casa todos podem se manifestar. E no que depender do PCdoB, o
nosso voto, “sim” ou “não”, estaremos sempre tendo orgulho de ocupar essa
tribuna como membro do PCdoB e dialogar com todos os servidores nesta relação,
que é uma relação democrática, sendo que nenhum de nós deve abrir mão de
exercê-la dentro desta Casa. Naturalmente, sob orientação e direção do
pensamento, das ideias, da política e da ideologia do nosso partido; eu, no
caso, do Partido Comunista do Brasil. Uma boa tarde a todos. Vamos à votação. O
nosso voto é “não”.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/14.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não vim aqui para tripudiar, obviamente,
mas tinha que dizer que eu acertei que a Fazenda não vai parar. Quando eu disse
que a Fazenda não ia parar, eu tinha certeza para quem eu estava falando, eu
tinha certeza sobre as pessoas que estavam reivindicando. Ao contrário do que
queira se dizer aqui, que é meia dúzia de marajás, não é não! Eu acho que nós
precisamos arrecadar para poder melhorar o salário de todos, isso sim.
(Palmas.) Eu estou muito contente
por chegarmos ao fim deste dia – 11 horas da noite –, sinto-me gratificado,
Ver. Kevin Krieger, que comandou essa votação. Também quero dizer para a
oposição que eles tentaram fazer o possível. Não concordaram com o projeto e
fizeram o possível. Mas sou obrigado a admitir também que hoje a oposição da
Casa, Ver. Ferronato, consolidou a base do Governo, que ficou aqui, valente,
falando pouco, ouvindo tudo, tudo mesmo, até o que não precisava ser ouvido,
mas ficou aqui, tranquila com a sua consciência. Os Vereadores que aqui ficaram
para votar a favor, votaram de acordo com as suas consciências. Quem votou
contra também votou de acordo com sua consciência.
Quando eu vi a Ver.ª
Sofia Cavedon pedir desculpas por alguns excessos, eu vi que o que eles faziam
aqui, a oposição - e a Ver.ª Sofia falou muitas vezes - é de que todos nós, os
36 Vereadores, merecem o respeito de todo mundo, mesmo o Ver. Alex tendo pedido
verificação de quórum 20 vezes. É o papel! Cada um faz o seu papel, pensando e
tendo certeza de que está fazendo o melhor.
Então, quero dizer
que a Câmara de Vereadores se mostra cada vez mais como verdadeira
representante, tanto das corporações, principalmente da população de Porto
Alegre. Por isso a vitória é da cidade de Porto Alegre. Obrigado. (Palmas)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/14, pela
oposição.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, da
mesma forma que o Ver. Cecchim, quero agradecer a oportunidade dessas 9 horas
de debate. Sem dúvida, é desgastante, é ruim, cansa cada um de nós, fisicamente
e psicologicamente, mas sempre a democracia vai ser a melhor solução para
qualquer tipo de conflito e de discussão na sociedade. Por isso a gente fica
sempre extasiado ao ver que algumas pessoas ainda carregam faixas com saudade
dos tempos da ditadura, quando nenhum desses debates ocorreria publicamente, de
forma transparente. E nós temos esse papel, essa responsabilidade de oposição,
algo que democraticamente o povo também nos delegou, e temos que honrar este
compromisso também: compromisso de fiscalização, de cobrança, de busca.
Ver. Cecchim, ninguém
aqui, em nenhum momento, usou a palavra marajá. O que nós exigimos, sim, é o
respeito aos sindicalistas de todos os sindicatos. Sim, sindicalistas, que,
muitas vezes, são achincalhados aqui desta tribuna, são maltratados, são
chamados de vários impropérios, e não só hoje, sempre, como todos os lutadores
sociais que lutam para que não existam privilégios em nenhum lugar do nosso
País. O futuro da democracia no Brasil, bem como da justiça social... Alguns
tanto odeiam o Bolsa Família, mas esquecem que existe o “bolsa rico”, que se dá
exatamente no roubo do imposto, na sonegação de impostos de R$ 500 bilhões por
ano.
Eu fico muito feliz
de saber que os colegas, com mais esse incentivo, vão ter mais força ainda para
ir para cima dos grandes sonegadores desta Cidade, dos grandes empresários que
sonegam! Eu tenho confiança de que vocês vão fazer isso. (Palmas.) E o nosso
debate hoje foi simplesmente a luta para que todos os servidores públicos
tenham mais benefício. Nós temos confiança no serviço público, vocês podem ter
certeza disso. Vocês jamais vão ouvir falar que o serviço público tem que ser
terceirizado ou privatizado da boca de qualquer um, e eu estou falando em
oposição aqui, falo em nome do PSOL, do PCdoB e do meu partido, o Partido dos
Trabalhadores. Nós sempre estaremos de pé contra aqueles que querem privatizar
o serviço público, porque confiamos em todas as categorias para lutar contra a
corrupção e a sonegação de impostos no País. E queremos, sim, todos os
servidores valorizados. A nossa única tristeza hoje é que não é maior o número
de servidores que podem estar comemorando com vocês essa conquista, é isso que
nós lastimamos. Mas fica aqui o nosso desígnio de que vocês combatam cada vez
com mais firmeza, seja quem for, seja de que partido for, seja a conta bancária
que tenha, porque é combatendo a sonegação que nós vamos tornar este País
verdadeiramente um país com justiça social e com ética para todos. Muito
obrigado pelo grande debate que tivemos hoje. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin
Krieger está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/14.
O SR. KEVIN KRIEGER: Boa noite a todos.
Vou ser bem rápido. Ver. Ferronato, eu só queria me dirigir ao senhor, que foi
fundamental no processo de aprovação do projeto da Fazenda. (Palmas.) Este é o
reconhecimento da nossa base de Governo ao teu esforço. Nós somamos e hoje
conseguimos construir essa vitória. E aí queremos um compromisso dos servidores
da Fazenda, que estão aqui conosco hoje, compromisso, sim, de arrecadar mais
para poder investir nos servidores e nos serviços públicos desta Cidade. Esse é
o compromisso que nós queremos de cada um de vocês. Mais uma vez, agradeço a
cada um dos nossos Vereadores e ao Ver. Ferronato. Muito obrigado. Parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/14.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, estava falando com o Presidente e com o nosso
Diretor Legislativo, porque hoje, realmente, eu sofri um ataque de abstinência
ao ficar neste plenário por 9 horas e não usar o microfone! Isso porque nós,
Vereadores independentes, optamos por não nos manifestar neste projeto, até
porque ouvimos e vimos que, no futuro, fará um bem para a cidade de Porto
Alegre. É um projeto que a União pratica, e não foi no Governo do FHC ou do
Itamar ou do Sarney. Não! É um projeto que a União pratica para os seus
funcionários, para os seus fiscais e que se manteve nos Governos Lula e Dilma:
é um projeto de arrecadação, um projeto que vai botar dinheiro para dentro dos
cofres públicos, um projeto que vai acabar com a sonegação fiscal.
O projeto de Porto
Alegre é mais completo ainda, porque tem uma central de licitação, então vai
acabar com as roubalheiras, vai acabar com as picaretagens, para as quais,
muitas vezes, temos que fazer CPI nesta Câmara de Vereadores. E temos agora uma
CPI, levantada pelo Ver. Bernardino, que é a questão da cultura: vai ter um
pessoal qualificado, específico para fazer as licitações.
Eu ouvi muito sobre
diálogo, eu ouvi muito sobre precarização de trabalho, sobre a escravidão dos
servidores públicos, sobre a questão da terceirização, de tirar direitos;
agora, “o pau que bate em Chico é o mesmo que bate em Francisco”.
Essa questão tem que
vir desde o Governo maior; ninguém precariza mais o trabalho do que a União.
Ninguém precariza mais o trabalho do que o Governo Federal, que não faz
concurso de auditor fiscal para o Ministério do Trabalho há mais de 20 anos;
que precarizou todos os serviços; entregou todos os cursos de qualificação
profissional para o Sistema “S” - todos! O Sistema “S” ganha milhões e
milhões em cima da folha de pagamento. Este Governo editou duas Medidas
Provisórias, a 664 e a 665, que tiram direitos dos trabalhadores; este Governo
fez uma política de salário mínimo que tira os aposentados; este Governo não
reajusta o salário dos servidores federais, com dignidade. Então, fala-se em
diálogo, mas o diálogo, o Governo Federal está devendo para as centrais para a
redução da jornada de trabalho, para o fim do fator previdenciário, para
melhorar as condições de trabalho, principalmente a questão de auditores
fiscais, para os quais não têm concurso há mais de 20 anos – uma agenda que os
trabalhadores entregaram para o Governo Federal. Realmente, nós continuamos
contra a precarização do trabalho. Eu acho que este projeto da Fazenda vai
melhorar, no futuro, a arrecadação do Município, que terá mais dinheiro para
investir em saúde, mais dinheiro para investir em educação, terá mais dinheiro
para investir no cidadão de Porto Alegre. É lá na fonte que será evitada a
sonegação e se consegue dinheiro para esses investimentos. Então, nós votamos
hoje, apesar de sermos uma Bancada independente, junto com o Governo municipal,
porque entendemos que esse projeto é para a cidade de Porto Alegre, beneficia,
no futuro, a população de Porto Alegre. Quero dizer que não é um projeto para
os ricos, não é um projeto para quem é mais abastado, este projeto não está
dividindo ninguém; é um projeto para o povo de Porto Alegre, por isso que nós
aprovamos, por isso que nós votamos junto com o Governo. E vocês que ficaram
até agora aqui, estão de parabéns, e também ao Governo e à oposição pelos
debates que aqui fizeram. Nós, com força, fé e solidariedade, vamos seguir
lutando para melhorar a vida do povo de Porto Alegre, e que a arrecadação do
nosso Município, realmente, aumente, como tem que aumentar a arrecadação do
Estado e da União. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE
nº 010/14.
O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; caros colegas de
Fazenda que estão conosco nesta tarde; a todos que estiveram conosco; meus
queridos Vereadores; senhoras e senhores. Em primeiro lugar, eu quero trazer
aqui uma mensagem de agradecimento e cumprimentos ao nosso novo Líder de
Governo, querido Ver. Kevin Krieger. Dizer da importância que é a presença, a
participação e a liderança tua nesta caminhada. Eu não poderia deixar de registrar o nosso Relator-Geral, Ver. Nereu D’Avila, que, desde os
primeiros dias, está conosco nessa caminhada, pensando no projeto e buscando
aquilo que compreendia o melhor para a cidade de Porto Alegre. Eu acredito que
é preciso reconhecer a presença do nosso Secretário Adjunto Eroni e dos demais
que já foram mencionados. Quero dizer da importância do Governo e registrar,
carinhosamente, a presença da nossa Aiamu
– Associação dos Agentes Fiscais
da Receita Municipal de Porto Alegre e a sua direção, que está conosco. Também
quero registrar a incansável ação do Gil, sempre presente conosco, e registrar
uma marca toda especial da Controladoria do Estado, da Exatoria, da fiscalização
dos nossos colegas de nível médio e registrar uma presença marcante, que é a
presença do Celso Malhani, o nosso querido Presidente do Sindicato de Fiscais
do Estado do Rio Grande do Sul, prestigiando e apoiando o processo.
É preciso registrar e
agradecer a todos os colegas que estiveram sempre atentos e dizer que nós
tratamos aqui, hoje, de um projeto das finanças publicas. Eu fui chamado esta
semana, pelo meu partido, para que eu falasse alguma coisa sobre o Vereador. Eu
conversei com alguns de vocês e com o Celso. E a questão é a seguinte: pensar
estrategicamente o Município, não só nas questões do dia a dia, mas também as
questões de futuro, de médio e longo prazo, não se pode pensar se nós não
pensarmos nas finanças publicas, arrecadar corretamente e com justeza, buscar o
que é justo, do contribuinte da Cidade, e aplicar com correção e sabedoria. E é
isso o que nós buscamos hoje. Não adianta arrecadar bem, com justeza, e gastar
bem, se nós não tivermos um controle desse gasto público. Portanto, hoje, a
nossa discussão aqui foi ampla.
Quero agradecer a
todos os Vereadores de situação, concordando com a posição do Kopittke, que
falou na função da oposição, mas estamos aqui compreendendo que ganha a cidade
de Porto Alegre, o cidadão e a cidadã e, tenho certeza, a Câmara Municipal, que
às 23 horas, ainda está aqui tratando desse tema. Parabéns a todos. Quero
registrar a presença do querido Ver. Paulinho Motorista e dizer que também falo
em seu nome e do meu partido. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
010/14.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa noite. Eu
não posso deixar passar algumas coisas, porque não aceito que coloquem, na nossa
boca, palavras que não foram ditas. Em primeiro lugar, nós temos uma posição
muito clara: não aceitamos jogar trabalhador contra trabalhador. Eu falei isso
no início e reitero. Nós entendemos e respeitamos o funcionalismo como um
conjunto. Portanto, marajás, ricos, etc., certamente, não coadunam com o que
dissemos nessa plenária e fora dela com muitos dos fiscais, dos trabalhadores,
dos trabalhadores de ensino médio e dos municipários. O PSOL esperava por uma
solução para o efeito cascata e não uma solução parcial para apenas um setor da
categoria, enquanto 18 mil trabalhadores não têm alternativa.
Em segundo lugar,
acho, Ver. Clàudio Janta, que os ricos estão na Operação Zelotes e não aqui,
para deixar claro para a categoria. Estão lá devendo R$ 19 bilhões de impostos
com sonegação fiscal. Infelizmente, são esses que não são os julgados e não têm
esses valores devolvidos para serem investidos em educação, saúde e segurança.
A nossa discussão foi
de mérito e de conteúdo de como foi procedido todo esse debate. Em dezembro do
ano passado, teve uma discussão com o conjunto da categoria. Nós falamos em
todos os momentos, para todos os setores dessa categoria, que nós
discutiríamos, sim, o projeto da Fazenda, depois de discutir o projeto para o
conjunto da categoria.
Feito esses
registros, porque eu não posso deixar passar, quero concordar que os ataques
brutais que estão sendo feitos neste momento... De fato, o Governo Federal deve
muito: deve com a medida provisória que retira direito do seguro-desemprego,
deve concurso para auditores do Ministério do Trabalho, porque quando se
precisa de auditoria – auditores sérios, também –, os auditores, muitas vezes,
não conseguem, com a sobrecarga de trabalho, ou muitas vezes pela orientação
política dos de cima...
Feito este registro,
o pior risco, neste momento, tramita no Congresso, que é o projeto da
terceirização, que teve voto a favor de boa parte dos partidos que estão aqui,
inclusive do Solidariedade. Então, nós, com muita tranquilidade, viemos dizer
que dois erros nunca fazem um acerto; que a posição terrível do Governo Dilma
quanto aos trabalhadores na medida provisória que mexe no seguro-desemprego,
quanto à ausência de concurso público e ao arrocho nas universidades federais e
uma série de outras coisas, jamais justificará a permissão para terceirizar
tudo em todos os setores, inclusive no serviço público. Não se enganem, porque
volta para o Senado e volta a discussão, inclusive, de serviço público. Quando
começou a terceirização, eles diziam que a terceirização era só do setor
privado. Vocês sabem que a terceirização está no serviço público, está na
limpeza, está na portaria, está precarizando o serviço.
Então, feito estes
registros, quero dizer da nossa desconformidade de não ter uma solução para o
conjunto da categoria, que nós apostamos e defendemos, sim, que tenha muita
arrecadação e muita cobrança daqueles que devem; da especulação imobiliária que
fica devendo impostos 30 anos para o Município, e infelizmente não tem, pela
mão dos governos e pela mão do Judiciário, a cobrança da função social da
propriedade, do ISS dos bancos, que pagam muito menos impostos
proporcionalmente; a cobrança do SIAT, que inclusive, foi uma denúncia da
Aiamu, na Câmara de Vereadores. Nós reconhecemos, falamos duas vezes, nesta tribuna,
que foi uma denúncia dos fiscais, do sistema que não funcionava. Mas sobre a
nossa desconformidade com a forma que o Governo tratou isso e não deu uma
solução do conjunto dos municipários, fica o registro nesta tribuna, reiterando
que nós não aceitamos que coloquem palavras na nossa boca, palavras que não
saíram da boca do PSOL. Dividir trabalhadores é tática antiga dos Governos que
querem enfraquecer a luta de todos para não garantir direitos para o conjunto
da categoria dos municipários. Boa noite.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação
nominal, solicitada por esta Presidência, o PLCE nº 010/14. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 26
votos SIM e 08 votos NÃO.
Está encerrada
a Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 23h18min.)
* * * * *